quarta-feira, 27 de outubro de 2010

DONA SERENA

           Muito velha, sulcada pelas rugas, ninguém se atrevia a arriscar a idade daquela mulher que parecia ter atravessado os séculos. Não se sabe há quanto tempo morava recolhida em uma casa de pau a pique na mata fechada perto do vilarejo. Sempre com seu vestido com dois bolsos para apoiar as mãos, lenço na cabeça evidenciando seus cabelos alvos e longos, presos por um birote.
            Os avós e tataravós diziam que ela já era assim quando eram crianças. Era temida e muitas lendas corriam entre as árvores do bosque sobre ela. Dona Serena. Esse era seu nome.
            Sua casa estava fincada em um lugar paradisíaco. Além de grandes e copadas árvores, um rio cristalino formado por uma cachoeira de águas geladas e puras desabava não muito longe. Contam que ali se banhava, com o sabão de cinza que ela mesma fazia. Se banhava também com um certo sabão que lhe devolvia a juventude e se tornava bela e sedutora. Narram que já viram a transformação em noite de lua cheia. Seus cabelos prateados pela luz da lua vão se tornando escuros como o breu e seu corpo vai recuperando curvas e maciez.
            Nessas noites, Serena deixa sua cabana isolada para penetrar nos sonhos dos moradores do vilarejo, em especial dos meninos que terão sua primeira polução noturna. Sonhos se sucedem deleitando a todos e fazendo-os despertar excitados ou já não mais. Como um súcubo viaja com o vento e adentra as casas pelas frestas das janelas. Por isso, algumas esposas preocupadas cuidavam de fechar todos os vãos perceptíveis de suas casas no afã de proteger seus maridos ou impedir que os compartilhem com a feiticeira.
            Especula-se que é com o sêmen coletado que ela faz a alquimia que a mantém eterna.
            Jão Terezo sempre sonha com Serena e acredita ser eleito, seu favorito. Esse é o seu assunto enquanto vira uma branquinha no Bar do Tadeu ou enquanto racha lenhas. Vive pensando na noite, pois na noite sonhará com Serena. A pequena população ri dos delírios do moço.
            Apesar das advertências, Jão Terezo decide ir ao encontro da amada na mata fechada. É um caminho perigoso e a velha não é confiável.
            Quando Dona Serena desce para o vilarejo em busca de mantimentos, tudo se torna silêncio. O cão não late, o galo não canta, a galinha não cacareja. Só depois que ela se afasta pegando a trilha lá no longe é que parece tudo voltar a respirar. Não se vêem crianças nas ruas e há quem diga que nem pássaros passam voando.
            Mesmo assim Jão Terezo tomou a trilha. Acompanhado pelo olhar atento dos jacus e cocorutas, seguiu entre os arbustos e árvores antiqüíssimas. Macacos prego e chauás do alto das árvores estranhavam tal presença. Um vento úmido acariciava seu corpo, enquanto urtigas anunciavam que não era bem vindo.
            Caminhou longa parte do dia até que ouviu as águas despencando na cachoeira. Sorriu, alimentando em sua mente os mais doces sonhos. Atravessou cipoais, até que pode visualizar toda beleza daquele lugar. Ao subir o barranco pode ver a mais deslumbrante mulher banhando-se alheia a tudo, sentada sobre uma rocha próxima a queda d´água. Ela parecia não ter percebido sua presença, mas estava ainda mais provocante.
            Serena o olhou como se penetrasse João Terezo. Ele sentiu-se profundamente atraído e nem percebeu que se encontrava demasiadamente no alto e deixou-se lançar rumo a ela. Jão Terezo sentiu seu corpo cair em queda livre.
            Despertou no centro da praça, entre as folhagens. Acordou atordoado, não reconhecendo o local a princípio e sem entender o que acontecera.
            Naquela tarde Jão Terezo conheceu Odete, sobrinha do alfaiate e que iria morar com ele. Enamoraram-se. Mas essa é uma outra estória.  
           

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O MOSQUITO


A couve e o prato
O prato e a sopa
A sopa e a fome
A fome e a miséria
A miséria e o dinheiro
O dinheiro e a fortuna
A fortuna e o gato
O gato e o muro
O muro e o ladrão
O ladrão e o dinheiro
O dinheiro e o verdureiro
O verdureiro e o plantio da couve
A couve e a lagarta
A lagarta e a Peris rapae
A borboleta e o repelente
O repelente e o mosquito
O mosquito e o cão
O cão comeu o mosquito.

MARIA DO BREJO

            Maria do Brejo. Assim era chamada. Morava distante do vilarejo incrustrada na mata, entre paus d´alho, dracenas e açoita cavalo. A casinha era simples, mas denunciava sua antiguidade. Tão antiga quanto a moradora. Os olhos vivos e profundos em um rosto marcado abundantemente pelas rugas. Sempre de lenço na cabeça e vestidos surrados, mostrava a vida dura do campo e os sofrimentos que certamente a vida lhe proporcionara.
            Era conhecida benzedeira. Curava as crianças e adultos: mau olhado, quebranto, espinhela caída, vento virado, bicheira e tantas coisas mais. Respeitada e temida ao mesmo tempo. Sua casa tinha as paredes repletas de quadros de santos já empalidecidos e rodeados de ramos secos, fitas e breves.
            Perto dali tinha um brejo, grande, cheio de taboas e uma dezena de outras espécies se confundindo entre as águas e gerando uma aparência hostil, residência de jararacas e outros répteis peçonhentos.
            Maria do Brejo ali vivia. Solitária. Diziam que o homem que amava, quando ainda jovem e formosa, havia fugido com outra e Maria do Brejo se fechou em si mesma, refugiando-se na mata. Quando de lá saiu benzia e curava.
            Um dia Maria do Brejo sumiu. A casa estava intacta, nada levara dali. A partir daí muitos rumores surgiram, inúmeras estórias proliferaram na vila. A casa estava encantada. As estórias atiçavam a imaginação, em especial, dos mais jovens que resolviam desafiar Maria do Brejo e visitar sua casa. Retornavam sempre esbaforidos, aterrorizados, retornando às suas casas com mais estórias. Uns diziam ter visto sombras e ruídos estarrecedores, estalos e uivos. Outros anunciavam ter saído uma vaca braba de trás da casa que os perseguiu até a ponte. Outros descreviam um enorme pássaro negro pousado sobre a casa da benzedeira.
            Os jovens ansiavam e temiam chegar até a casa. E tudo transcorria num grande conto fantástico até que Vitinho, filho impúbere de Dona Carlota desapareceu. Os moradores revoltaram-se e decidiram colocar fim a estas estórias incendiando a casa do bosque. Somente foram impedidos por uma violenta tempestade. Os ventos pareciam querer arrastar tudo e o céu desabava sobre o lugar. Aponte que ligava a casa ao vilarejo foi arrastada como folha seca entre águas.
            Os moradores apavoraram-se imaginando vingança da anciã sobre todos. Velas foram acesas e o Credo foi rezado em todas as residências.
            Após a chuva Vitinho apareceu. Lamacento, cansado, riscado por galhos e espinhos. Esclareceu que havia se perdido na mata e uma velha lhe indicou o caminho. Era Maria do Brejo ! Todos estavam certos disso.
            A casa continua quieta e taciturna, isolada entre as árvores  e orquestrada pelas rãs que vivem naquele brejo.           

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

CENA NOTURNA : A CAMINHO DO RANCHO

             O automóvel passou rápido fazendo ouvir apenas os estilhaços das pedras. O canavial se confundia com a noite escura. Vez ou outra o farfalhar das folhas se evidenciava chamando levemente a atenção. Um clarão ao longe denunciava que o fogo se alastrava.
            Como pequenos diamantes pequenas cidades se mostravam encrustradas na escuridão. Céu ébano, sem lua e sem estrelas.
            Só faltava o carro quebrar, comentou a amiga entre brincadeira e preocupação.
            Um cachorro cruza a pista.
            - Não pára !, grita a moça desesperada.
            Um ganido, e o cão também grita.
            - Será que matei ele ?
            O caminho era pela estrada de terra. Árvores secas e um milharal.
Um solavanco e o carro parou.
Não dá partida.
- Fui mordida !, anuncia indignada.
A mão incha e lateja avermelhada.
- Que bicho me picou ?
A plantação parecia tenebrosa, remetendo a um filme de terror. Pareciam estar sendo observadas.
- Liga no celular do Gui. Ele já lá no rancho e vem buscar a gente.
Bendito celular.


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

CENA NOTURNA

O pássaro azul cortou a noite com seu vôo pálido e despretensioso. As nuvens se trombavam entre si, pesadas e insociáveis, anunciando breve tormenta. As pessoas recolhidas em suas casas, em geral adormecidas, não acompanhavam a agitação nos ares, nem o vento lépido que atravessava as ruas. Também nem sonhavam com aqueles outros corpos estendidos ao longo das calçadas buscando enrolar-se da melhor forma ao cobertor ou buscar um local mais protegido evitando ensopar-se.
O ruído era do vento que arrastava folhas e latinhas ou ainda o trovejar distante anunciando sua chegada. Havia um avermelhado no céu e as árvores balouçavam numa ginástica rítmica.
Um garoto de cabelos eriçados e roupas maltrapilhas refugiou-se às portas de um imenso casarão, trazendo uma coberta já desgastada. Pálido, muito magro, de rosto chupado e grandes olhos recostou-se como pode olhando com desdém ao tempo.
A chuva chegou abundante e invencível. Uma ratazana saiu às pressas do bueiro encharcado embrenhando-se entre os grandes latões de lixo e um pássaro, não tendo a mesma sorte, foi arrastado pela enxurrada e confundiu-se entre copos plásticos, galhos e garrafas pet.
O homem em seu roupão e engolindo gulosamente brigadeiros sorria divertindo-se com uma comédia em sua enorme TV de tela plana. É possível que nem tenha percebido a chuva torrencial lá fora ao lado de sua cachorrinha Mimosa que dormia entre macias almofadas no sofá.
As ruas como rios ondulavam bombardeadas por grossos pingos e o rio, antes quase um fio d´água, buscava escalar os limites antes traçados para que percorresse. Um transeunte cambaleante e alcoolizado, desconsiderando a determinação e furor das águas, deixou-se arrastar pelo agora caudaloso rio.
O dia amanheceu mais claro, límpido e os pássaros em algazarra celebravam ter sobrevivido mais um dia. O noticiário da TV informou a localização de um corpo tragado pelas águas. Mas o dia transcorreu normal. O homem não estava mais de roupão, adentrava agora o escritório, com terno e gravata. Mimosa continuou dormindo em casa.   
              

CENA NOTURNA I

Não sei por quanto tempo permaneci estático, golpeado pelo vento frio e úmido da madrugada. O vento arrastava algumas folhas secas e a noite permanecia muda. Talvez me observando. Vaguei pelas ruas já desertas e vez ou outra um carro passava, sem que eu pudesse chamar atenção.
Meu casaco protegia meu corpo, embora não tivesse consciência dele. Minha calça jeans, meu tênis surrado e uma vontade estonteante de que algo que desse sentido a minha vida acontecesse.
Chutei uma latinha que rolou tempestuosa quebrando o silêncio tumular da rua. Algumas casas estavam com o televisor ligado e seu reflexo se denunciava pelas janelas dos apartamentos. Uma mulher de meia idade, com cabelos armados e um penhoar cinzento apareceu abrindo as vidraças e lançando cinzas do cigarro no ar.
Um garoto em uma esquina parecia aguardar que algum carro parasse e ele recebesse uns trocados por algum prazer. Olhei-o, mas aparentemente não fui percebido.
Um velho já estava adormecido envolto em um coberto de mesma idade na entrada de uma velha casa.
Segui eu ao longo das sombras da noite, tentando ver as estrelas entre as nuvens. A vida é curiosa, pensei. Por minutos pensei nos sonhos, desejos e buscas das pessoas. A vida teria um significado bem particular para cada uma das pessoas com as quais cruzei em meu caminho. Talvez também nem pensassem nesse significado: apenas vivessem, afinal cada dia exigia garantir que sobrevivessem e isso já era uma conquista.
Um gato malhado passou correndo e adentrou uma fresta no muro.
Cheguei a minha kitnet e despi-me. Abri a janela. Queria sentir o vento da noite me abraçando. Brindei aos deuses mais uma dia. A noite continuava me fitando, misteriosa e agressiva.
Sorri. Joguei-me no sofá e adormeci.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

A FADA DO LAGO

            
            Já entardecia  quando Maria Dolores chamou sua filha:
            - Venha, querida, venha tomar banho, tomar uma sopinha e descansar. Amanhã iremos para o sítio do vovô !
            Ana Carolina, uma garotinha de cinco anos, estava, como sempre gostava de fazer, sentada no gramado entre as muitas margaridas, admirando os seres alados que ali pairavam: borboletas, abelhas e beija-flores.
            O sítio era bastante simples, mas aconchegante e Ana Carolina logo tratou de correr entre as galinhas, patos, porcos e abraçar Bernardo, um velho buldogue que a adorava. A casa era cerca por murtas e havia uma grande diversidade de árvores frutíferas, além de flores, muitas flores que o avô especialmente plantava para sua neta.
            Logo ao chegar, Clóvis levou a neta para o lago que fica próximo dali, bastando seguir a estreita trilha entre a pastagem. No caminho Ana Carolina colhia florezinhas que se destacavam entre as gramas. Ali era um lugar que amava. Ao fundo haviam taboas e lírios do brejo, muito alvos e perfumados. Do outro carrapateiras e sobre as águas aguapés floridos com sua flores violáceas flutuando entre peixinhos multicoloridos.
            Após o almoço, Ana Carolina brincava com algumas penas de angolas e perus embaixo de um florido pé de saia branca, quando teve a idéia de ir ao lago. Levantou-se e seguiu a já conhecida trilha. Sentou-se próxima às margens sorrindo para os lambarizinhos. Os patos nadavam ao longe e só se ouvia a algazarra de coleirinhas no capinzal.
            De repente no meio do lago formou-se um brilhante redemoinho azul. Ana Carolina ficou curiosa, mas não se atreveu colocar os pés na água gelada.
            Um sanhaço a sobrevoou e pousou ao seu lado. Para surpresa da menina, o sabiá disse:
- Sei que você gosta muito de flores e de todos os animais, por isso queremos lhe dar um presente. Você quer ?
- Quero, respondeu rapidamente a garotinha sem vacilar.
- Para isso você deverá me prometer três coisas: ser obediente, não contar a ninguém e continuar amando todas as flores e animais. Você promete ?
- Prometo, respondeu ela hipnotizada pela avezinha.
- Então você conhecerá a dona desse lugar. É a fada do lago.
            Dentre os aguapés elevou-se uma fadinha. Seu vestido brilhava como a madrepérola e suas asinhas refletiam muitas cores enquanto batiam vigorosamente.
            - Ana Carolina você irá voar comigo. Feche os olhinhos e me dê sua mão.
            Como num devaneio, Ana Carolina viu-se ergue-se no ar. Haviam surgido asas e estava pequenina, do tamanho da fadinha. Voou entre as libélulas, borboletas e cigarras. Pousou de leve nos lírios do brejo e tocou as águas do lago com seus pezinhos. Sorria muito, sempre acompanhada pela fadinha, atenta e cuidadosa.
            Após muitas brincadeiras, Ana Carolina mostrou-se cansada.
            A fadinha disse, então, que a levaria de volta para casa, mas ela deveria se lembrar sempre de suas três promessas. Voaram até a casa e desceram sobre as flores azuis da hortênsia, bem perto da entrada da cozinha.
            Sonolenta e exausta, Aninha viu uma galinha carijó vindo correndo em sua direção.
            - Ela vai me comer, mãe – começou a gritar, entre lágrimas, temendo ao olhar ameaçador da galinha.
            Maria Dolores e sua avó Anita correram rapidamente para fora e espantaram a galinha, já assustada pelos berros da menina.
            - O que aconteceu ? Você nunca teve medo das galinhas !, revelou a avó surpresa.
            E no colo de sua mãe, Ana Carolina foi colocada em sua cama para descansar. Não demorou para entrar em profundo sono.
            Hoje Ana Carolina é bióloga e ainda não entendeu se tudo o que aconteceu foi verdade ou fruto de sua imaginação.     

domingo, 10 de outubro de 2010

QUERO E NÃO QUERO

Eu não vi o reflexo na água
Nem no choro da criança
Que berrava querendo algo que não podia ter
O homem que olhava a casa, o móvel, a varanda
O vaso
com as flores murchas
quase secas
de quem já não sabe o que é importante para si
Só quero ter
por que o outro tem
Alguém que vaga
o vago caminho entre as ruas
tortuosas da cidade
e acidade acesa
parece opaca
entre tantos desejos
que se alimentam e não se realizam
como o canto do pardal
no fio entre postes
sem saber por que pia
ou o cão que late
porque outros latem
Eu não vi o reflexo na água
Nem no choro da criança
Que berrava querendo algo que não podia ter
Choro imbecil que aquela mãe alimenta
Porque ela também chorou
E o filho deve chorar
Para que ela possa reclamar com a vizinha
do choro daquela criança
entreolhando entre o muro
da casa
pra ver o que a vizinha tem
por que ela quer ter
como reflexo na água

MADEIRA


“que beija o ar, e mais nada”
Fado Português/ Amália Rodrigues


Mar misterioso mar
Para onde me levas ?
Para onde tuas vagas vão deixar-me ?
Cabo Girão, Ribeira Brava, Garajau
Vou estreitar-me por entre teus vales
Beijar o cume de tuas montanhas...
Óh ! Faial, que lembranças puras tu trazes !
Que a brisa suave tuas florestas emanam !
Madeira,
De mar límpido e calmo,
De piscinas cavadas na rocha,
De paz, beleza e plenitude !
Portugal, terra de majestade e beleza,
Terra Mãe de tantos filhos
Quero saudar-te entre todas as nações
De Santana vou admirar o mundo
E curvar-me diante da imensidão do mar
E de minha própria história.


sexta-feira, 8 de outubro de 2010

INVERNAL

Abra as portas

Quero sentir o frio do inverno
O frio do vento, lento
Que vagueia
Pelas vagas
Momento silencioso
Sem gritos, nem sussurros
Silêncio que ensurdece
Frio eterno

Feche as portas
Sinto um calor
Como chamas do inferno
Cada vez mais perto
Vazio de um deserto
Quente e impertinente
Sol, areia, silêncio
Que arde e dói

Abra todas as portas
Deixe que se juntem
O frio e o calor
A areia e a neve

Deixe queimar
O rancor e o preconceito
A neve apaga as chamas
O vapor sobe até  as nuvens
Igualdade na diversidade
Dualidade que se complementa
Inferno gelado.

SONHOS

Queria muito ver-te novamente
Saltar num salto infinito
Dos sonhos que tem-me atingido
Mergulhados em comprimidos.

Ver teu rosto, aquele teu rosto
O tempo transforma os rostos
Cria um ser lendário e encantado
Enfeitiça a estória

Quando tudo acabada
Sem motivo, de repente
E a gente pensa ,então, no que sente
criando um futuro mágico e doente

Queria muito ver-te novamente
Retirar de mim esse sentimento crescente
Que não se cala apesar de longe amá-lo

Hoje nesse vendaval de emoções
Percebo-te longe
Intocável, seguro, feliz
Num mundo que eu mesmo fiz.


SENTIMENTOS

Fortuitamente imagens povoaram meus pensamentos
Cenas de saudade revelando sons, paisagens, aromas
É estranha a saudade
Como o peito pode sentir-se temporariamente vazio
e a mente repleta ?
Repleta de tantas coisas
Lugares, pessoas, momentos...
Momentos que se eternizaram
Tornaram-se especiais deixando inerente um selo
Uma marca
Um sinal
Como podem a tristeza e a alegria celebrarem
cada uma a sua maneira ?
um mesmo instante !
É como um por do sol em que ficamos silenciosos
mirando o infinito
sem questionar o que há depois
se há depois
aquele momento basta.
Saudade ... que bom podemos dizê-la, expressá-la, senti-la
A temporalidade de cada coisa
revela-se em mil cores, em tantos sabores, em tantos caminhos percorridos.
Tenho saudades de mim.



ESPÍRITO DA FLORESTA

Flor oculta que emerge do canto
Que se enrola no ritmo
Que dança no breu da noite
Como fada encantada
Entre as brumas que emergem do lago
Tão quieto

Som que nasce no Congo
Que dispara em encantos
Olhar profundo
Que reflete a lua

Te espero
Numa erupção frenética

Me socorre e me acalenta
Me morde
Me lambe
Me beija
Me domina

Numa teia de aranhas
Com fios de seda
Suor condensado
Grito aguçado

Som que nasce no Congo
Que dispara em encantos
Olhar profundo
Que reflete a lua

Olha e me olha num beijo
Me encanta
E extravasa

Não existo
Me ergo do pó da vida
Nesse ínfimo instante
Calado, taciturno, distante

Em meio a floresta te vejo
Me acaricia
Me sinta
Me deixa

MARCAS DO TEMPO

Teus olhos refletiram no espelho
Opacos, taciturnos, com desespero
Não mais alegria e encanto
Agora flacidez e desalento

Talvez eu tenha estado desatento
E não percebi sua tristeza
Vivendo um mundo de incertezas
Frente a um destino macilento

Os cabelos brancos em desalinho
Sorriso escasso em lábios claros
Sulcos variados que se entrecortam
Mostram recortes de um passado

Passado que se passou
Cicatrizado em marcas felpudas
De dores e desalentos
Firmados no sofrimento

Hoje o sorriso vago
De alguém que espera
O fim de um espetáculo
Sem aplausos, sem ninguém.

FOGO FÁTUO

Você manifestou-se como uma relâmpago
Fulminando a vida que ainda vivia
Dentro de mim
Um clarão imenso revelando um futuro incerto
De alguém que talvez não estaria por perto
Quando eu mais precisasse
Guardo o segredo de teu corpo
Meio trêmulo e inseguro
O beijo louco de um touro na arena
E as marcas de seus cornos...
Sonhei,  sonhamos, um sonho que podia ser realizado
E isso ficou a marca do passado
Cabelos molhados, escuros, bem cuidados
Alafiá anunciado por Oxalá
Arroz doce, canjica, acaçá e feijão branco
Na beira do monte
De beijos, quantos beijos
Sempre quentes
Meu corpo é aquecido pela eternidade...
Pelo fogo fátuo que você deixou.

CICLO DO AMOR

Amor, palavra sublime, sentimento intenso,
Frescor das folhas da relva orvalhada
Como de antanho no Paraíso
Hálito de Deus entre as copas
De árvores misteriosas do Éden
Gosto de Primavera
Entre flores aveludadas
De múltiplos perfumes
Por poucos sentida.

Primavera...marca na memória
De bons tempos
De carinho e afeto
Ternura e paixão
Suavidade, renúncia,
Amizade, compaixão.

Verão se segue intrépido
É calor, é chuva espaçada,
É trovoada,
Que assusta, espanta, irriga, renova.
A flexibilidade da árvore é testada no vento,
Só se vencem as corredeiras estando de mãos unidas.

Mas como em todo ciclo
Vem o vento, o outono,
As folhas secas espalhando,
Descaso, desassossego, inquietação
Sem aperceber-se de que as folhas forram o solo
Para fertilizá-lo.

E vem o tempo de solidão, reflexão,
É inverno,
Lembrança nostálgica dos bons tempos de Primavera.
Saudade. Renovação.
A gente só valoriza o que se perde !

Mas eis que ela ressurge, como deusa que emerge das profundezas.
Tudo renasce.
O amor está em tudo. Com mil faces.
Nos olhando, matreiro,
De dentro do coração.


PERFEITA

Da alegria fez-se silêncio
Do sorriso incompreensão
As mãos fechadas de medo
Traduziram indecisão

Os olhos já não se achavam
Negavam a se encontrar
Tudo em volta e ao longe parou
O mundo podia acabar

As mãos enfim se tocaram
Por medo ou sorte
Se acharam
Agora, distantes da morte

Das lágrimas que se formaram
Antes da boca se abrir
Desfizeram-se
Logo após o sorrir

O silêncio
Dessa vez foi bem vindo
De tão extenso
As bocas se tocaram sorrindo

No céu as estrelas
Estavam ainda mais brilhantes
O mundo e as coisas belas
                                                 Venceram por alguns instantes.                      

CONTOS EMANADOS DE SITUAÇÕES COTIDIANAS

“Os contos e poemas contidos neste blog são obras de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações terá sido mera coincidência”

SABORES DO COMENDADOR

Ator Nacional: Carlos Vereza

Ator Internacional: Michael Carlisle Hall/ Jensen Ackles/ Eric Balfour

Atriz Nacional: Rosamaria Murtinho / Laura Cardoso/Zezé Mota

Atriz Internacional: Anjelica Huston

Cantor Nacional: Martinho da Vila/ Zeca Pagodinho

Cantora Nacional: Leci Brandão/ Maria Bethania/ Beth Carvalho/ Alcione/Dona Ivone Lara/Clementina de Jesus

Música: Samba de Roda

Livro: O Egípcio - Mika Waltaire

Autor: Carlos Castañeda

Filme: Besouro/Cafundó/ A Montanha dos Gorilas

Cor: Vinho e Ocre

Animal: Todos, mas especialmente gatos, jabotis e corujas.

Planta: aloé

Comida preferida: sashimi

Bebida: suco de graviola/cerveja

Mania: (várias) não passo embaixo de escada

O que aprecio nas pessoas: pontualidade, responsabilidade e organização

O que não gosto nas pessoas: pessoas indiscretas e que não cumprem seus compromissos.

Alimento que não gosta: coco, canjica, arroz doce, melão, melancia, jaca, caqui.

UM POUCO DO COMENDADOR.


Formado em Matemática e Pedagogica. Especialista em Supervisão Escolar. Especialista em Psicologia Multifocal. Mestre em Educação. Doutor Honoris Causa pela ABD e Instituto VAEBRASIL.

Comenda Rio de Janeiro pela Febacla. Comenda Rubem Braga pela Academia Marataizense de Letras (ES). Comenda Castro Alves (BA). Comendador pela ESCBRAS. Comenda Nelson Mandela pelo CONINTER e OFHM.

Cadeira 023, da Área de Letras, Membro Titular do Colegiado Acadêmico do Clube dos Escritores de Piracicaba, patronesse Juliana Dedini Ometto. Membro efetivo da Academia Virtual Brasileira de Letras. Membro da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias. Membro da Literarte - Associação Internacional de Escritores e Acadêmicos. Membro da União Brasileira de Escritores. Membro da Academia de Letras e Artes de Fortaleza (ALAF). Membro da Academia de Letras de Goiás Velho (ALG). Membro da Academia de Letras de Teófilo Ottoni (Minas Gerais). Membro da Academia de Letras de Cabo Frio (ARTPOP). Membro da Academia de Letras do Brasil - Seccional Suíça. Membro da Academia dos Cavaleiros de Cristóvão Colombo. Embaixador pela Académie Française des Arts Lettres et Culture. Membro da Academia de Letras e Artes Buziana. Cadeira de Grande Honra n. 15 - Patrono Pedro I pela Febacla. Membro da Academia de Ciências, Letras e Artes de Iguaba Grande (RJ). Cadeira n.º 2- ALB Araraquara.

Moção de Aplausos pela Câmara Municipal de Taquaritinga pelos serviços em prol da Educação. Moção de Aplausos pela Câmara Municipal de Bebedouro por serviços prestados à Educação Profissional no município. Homenagem pela APEOESP, pelos serviços prestados à Educação. Título de Cidadão Bebedourense. Personalidade 2010 (Top of Mind - O Jornal- Bebedouro). Personalidade Mais Influente e Educador 2011(Top of Mind - O Jornal- Bebedouro). Personalidade 2012 (ARTPOP). Medalha Lítero-Cultural Euclides da Cunha (ALB-Suíça). Embaixador da Paz pelo Instituto VAEBRASIL.

Atuou como Colunista do Diário de Taquaritinga e Jornal "Quatro Páginas" - Bebedouro/SP.
É Colunista do Portal Educação (http://www.portaleducacao.com.br

Premiações Literárias: 1º Classificado na IV Seletiva de Poesias, Contos e Crônicas de Barra Bonita – SP, agosto/2005, Clube Amigo das Letras – poema “A benção”, Menção Honrosa no XVI Concurso Nacional de Poesia “Acadêmico Mário Marinho” – Academia de Letras de Paranapuã, novembro/2005 – poema “Perfeita”, 2º colocado no Prêmio FEUC (Fundação Educacional Unificada Campograndense) de Literatura – dezembro/2005 – conto “A benção”, Menção Especial no Projeto Versos no Varal – Rio de Janeiro – abril/2006 – poema “Invernal”, 1º lugar no V Concurso de Poesias de Igaraçu do Tietê – maio/2006 – poema “Perfeita”, 3º Menção Honrosa no VIII Concurso Nacional de Poesias do Clube de Escritores de Piracicaba – setembro/2006 – poema “Perfeita”, 4º lugar no Concurso Literário de Bebedouro – dezembro/2006 –poema “Tropeiros”, Menção Honrosa no I concurso de Poesias sobre Cooperativismo – Bebedouro – outubro/2007, 1º lugar no VI Concurso de Poesias de Guaratinguetá – julho/2010 – poema “Promessa”, Prêmio Especial no XII Concurso Nacional de Poesias do Clube de Escritores de Piracicaba, outubro/2010, poema “Veludo”, Menção Honrosa no 2º Concurso Literário Internacional Planície Costeira – dezembro/2010, poema “Flor de Cera”, 1º lugar no IV Concurso de Poesias da Costa da Mata Atlântica – dezembro/2010 – poema “Flor de Cera”. Outorga do Colar de Mérito Literário Haldumont Nobre Ferraz, pelo trabalho Cultural e Literário. Prêmio Literário Cláudio de Souza - Literarte 2012 - Melhor Contista.Prêmio Luso-Brasileiro de Poesia 2012 (Literarte/Editora Mágico de Oz), Melhor Contista 2013 (Prêmio Luso Brasileiro de Contos - Literarte\Editora Mágico de Oz)

Antologias: Agreste Utopia – 2004; Vozes Escritas –Clube Amigos das Letras – 2005; Além das Letras – Clube Amigos das Letras – 2006; A Terra é Azul ! -Antologia Literária Internacional – Roberto de Castro Del`Secchi – 2008; Poetas de Todo Brasil – Volume I – Clube dos Escritores de Piracicaba – 2008; XIII Coletânea Komedi – 2009; Antologia Literária Cidade – Volume II – Abílio Pacheco&Deurilene Sousa -2009; XXI Antologia de Poetas e Escritores do Brasil – Reis de Souza- 2009; Guia de Autores Contemporâneos – Galeria Brasil – Celeiro de Escritores – 2009; Guia de Autores Contemporâneos – Galeria Brasil – Celeiro de Escritores – 2010; Prêmio Valdeck Almeida de Jesus – V Edição 2009, Giz Editorial; Antologia Poesia Contemporânea - 14 Poetas - Celeiro de Escritores, 2010; Contos de Outono - Edição 2011, Autores Contemporâneos, Câmara Brasileira de Jovens Escritores; Entrelinhas Literárias, Scortecci Editora, 2011; Antologia Literária Internacional - Del Secchi - Volume XXI; Cinco Passos Para Tornar-se um Escritor, Org. Izabelle Valladares, ARTPOP, 2011; Nordeste em Verso e Prosa, Org. Edson Marques Brandão, Palmeira dos Indios/Alagoas, 2011; Projeto Delicatta VI - Contos e Crônicas, Editora Delicatta, 2011; Portas para o Além - Coletânea de Contos de Terror -Literarte - 2012; Palavras, Versos, Textos e Contextos: elos de uma corrente que nos une! - Literarte - 2012; Galeria Brasil 2012 - Guia de Autores Contemporâneos, Celeiro de Escritores, Ed. Sucesso; Antologia de Contos e Crônicas - Fronteiras : realidade ou ficção ?, Celeiro de Escritores/Editora Sucesso, 2012; Nossa História, Nossos Autores, Scortecci Editora, 2012. Contos de Hoje, Literacidade, 2012. Antologia Brasileira Diamantes III, Berthier, 2012; Antologia Cidade 10, Literacidade, 2013. I Antologia da ALAB. Raízes: Laços entre Brasil e Angola. Antologia Asas da Liberdade. II Antologia da ACLAV, 2013, Literarte. Amor em Prosa e Versos, Celeiro de Escritores, 2013. Antologia Vingança, Literarte, 2013. Antologia Prêmio Luso Brasileiro - Melhores Contistas 2013. O tempo não apaga, Antologia de Poesia e Prosa - Escritores Contemporâneos - Celeiro de Escritores. Palavras Desavisadas de Tudo - Antologia Scortecci de Poesias, Contos e Crônicas 2013. O Conto Brasileiro Hoje - Volume XXIII, RG Editores. Antologia II - Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro. antologia Escritores Brasileiros, ZMF Editora. O Conto Brasileiro Hoje - Volume XXVI - RG Editores (2014). III Antologia Poética Fazendo Arte em Búzios, Editora Somar (2014). International Antology Crossing of Languages - We are Brazilians/ antologia Internacional Cruce de Idiomas - Nosotros Somos Brasileños - Or. Jô Mendonça Alcoforado - Intercâmbio Cultural (2014). 5ª Antologia Poética da ALAF (2014). Coletânea Letras Atuais, Editora Alternativa (2014). Antologia IV da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, Editora Iluminatta (2014). A Poesia Contemporânea no Brasil, da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, Editora Iluminatta (2014). Enciclopédia de Artistas Contemporâneos Lusófonos - 8 séculos de Língua Portuguesa, Literarte (2014). Mr. Hyde - Homem Monstro - Org. Ademir Pascale , All Print Editora (2014)

Livros (Solos): “Análise Combinatória e Probabilidade”, Geraldo José Sant’Anna/Cláudio Delfini, Editora Érica, 1996, São Paulo, e “Encantamento”, Editora Costelas Felinas, 2010; "Anhelos de la Juvenitud", Geraldo José Sant´Anna/José Roberto Almeida, Editora Costelas Felinas, 2011; O Vôo da Cotovia, Celeiro de Escritores, 2011, Pai´é - Contos de Muito Antigamente, pela Celeiro de Escritores/Editora Sucesso, 2012, A Caminho do Umbigo, pela Ed. Costelas Felinas, 2013. Metodologia de Ensino e Monitoramento da Aprendizagem em Cursos Técnicos sob a Ótica Multifocal (Editora Scortecci). Tarrafa Pedagógica (Org.), Editora Celeiro de Escritores (2013). Jardim das Almas (romance). Floriza e a Bonequinha Dourada (Infantil) pela Literarte. Planejamento, Gestão e Legislação Escolar pela Editora Erica/Saraiva (2014).

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Metodologia e Avaliação da Aprendizagem

Pai´é - Contos de Muito Antigamente

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Contos de Geraldo J. Sant´Anna e fotos de Geraldo Gabriel Bossini

ENCANTAMENTO

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meus poemas

Análise Combinatória e Probabilidades

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juntamente com o amigo Cláudio Delfini

Anhelos de la Juvenitud

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Edições Costelas Felinas

A Caminho do Umbigo

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Edições Costelas felinas

Voo da Cotovia

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Celeiro de Escritores

Divine Acadèmie Française

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Prêmio Luso Brasileiro de Poesia 2012/2013

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Literarte/Mágico de Oz (Portugal)

Lançamento da Antologia Vozes Escritas

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Noite de autógrafos em Barra Bonita-SP

Antologia Literária Cidade - Volume II

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Poemas : Ciclone e Ébano

Antologia Eldorado

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Antologia II

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Antologia Cidade 10

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Org. Abílio Pacheco

Antologia da ALAB

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Antologia Poesia Contemporânea - 14 Poetas

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Lançamento do CELEIRO DE ESCRITORES

Contos de Hoje - Narrativas

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Literacidade

O Conto Brasileiro Hoje

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RG Editores

4ª Antologia da ALAF

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